domingo, 9 de dezembro de 2012
Realização do questionário
Viagem à volta dos livros
UM LABIRINTO DE SONHOS…
DESAFIANTE…
“A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova.”
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
90º aniversário de José Saramago
Concurso Coleção Cherub, "República Popular"
Concurso Nacional de Leitura
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Viagem à volta dos livros
Com o projeto Uma Viagem à Volta dos Livros procuramos dar visibilidade a livros que, em nosso entender, são significantes e que, por isso, não podemos deixar de ler.
Recordamos as palavras de Carlos Drumond de Andrade quando afirma, Os livros são navios de sair pelo mundo.
Fica o convite. Embarque connosco nesta viagem!
Há livros que mudam a nossa forma de ver o mundo e os outros…
LISBOA, 28 DE AGOSTO
LISBOA, 25 DE DEZEMBRO
Querida Marta,
Acerca do livro:
“Quando escrevi este livro, tive a noção de que o tema era importante porque, infelizmente, trata de uma questão actual que afeta um número impressionante de famílias nos quatro cantos do mundo.”
Para saber mais, consulta:
o audiolivro: http://luadejoana.podomatic.com/
http://www.noslemos.blogspot.com/
(Blogue realizado após a visita da escritora a uma escola.)
http://5knowledge.blogs.sapo.pt/
(Entrevista à escritora realizada por alunos.)
http://bibliosttau.blogspot.com/2008/04/entrevista-imaginria-escritora-maria.html
(Entrevista imaginária a Maria Teresa Maia Gonzalez brincando com os títulos dos seus livros.)
A escritora está no Facebook.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Concerto de outono na Raul Proença
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Bom ano letivo!
domingo, 17 de junho de 2012
Empréstimo de Manuais
Também a Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, através do Projeto “Dar e Partilhar” disponibiliza manuais escolares que cede às famílias mais carenciadas.
Neste sentido, e ainda que a nossa Escola e a Biblioteca possam, eventualmente, não conseguir dar resposta a todas as solicitações, recomendamos que os encarregados de educação interessados contactem estas instituições a fim de obterem os manuais adotados.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Sugestões de leitura para as férias
quinta-feira, 17 de maio de 2012
atividade com a ilustradora Ana Sofia Ambrósio
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Dia da Escola- 14 de maio
domingo, 6 de maio de 2012
Tiago Franco venceu a final da Batalha da Leitura- 3º ciclo
terça-feira, 1 de maio de 2012
Um poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Semana do Livro e da Leitura
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Inês Vieira na Final do Concurso Nacional de Leitura
Como representante do distrito de Leiria, para a fase final nacional, a decorrer em junho, foi apurada a aluna Inês Vieira do 9º ano.
A Escola congratula-se com a participação dos seus alunos, felicita a aluna vencedora e reconhece, nestes concursos, momentos importantes de promoção da leitura indispensáveis para formação integral do aluno em consonância com a sua cultura de escola.
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Autor do mês de abril
autor mes de abril que força é esta
A canção “A formiga no carreiro” de Zeca Afonso foi editada porque a fábula expressa nessa composição parece não ter sido interpretada pelos serviços de censura.
Que Força é essa
Trova ao vento que passa
Canção do soldado
quinta-feira, 22 de março de 2012
Ilustrando O Cavaleiro da Dinamarca
O vídeo que apresentamos resulta do trabalho de articulação curricular realizado entre as disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Visual, no âmbito da leitura da obra O Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen.
terça-feira, 13 de março de 2012
“O ÓDIO CORRÓI A CONSCIÊNCIA E SABEDORIA DAS PESSOAS”
Leitura de textos (poesia e prosa), 20 de março de 2012
Porque reconhecemos e valorizamos a importância da formação para a cidadania, a nossa escola associa-se a este acontecimento e irá promover no dia 20 de março (3ª feira), a leitura de excertos de poesia e prosa deste ativista dos direitos humanos. Pedimos aos professores interessados em procederem à leitura de excertos com os seus alunos, o favor de se dirigirem à biblioteca a fim de lhes ser disponibilizados esses documentos.
Divulgamos uma passagem do livro editado em Portugal:
"As nações mais influentes do palco mundial devem prestar grande atenção ao facto de a ditadura chinesa já nada ter a ver com o totalitarismo tradicional ao modo do regime soviético; o Partido Comunista Chinês não adere ao confronto ideológico e militar, preferindo dedicar-se ao desenvolvimento da economia, a multiplicar amizades, prescindindo da ideologia, a empreender reformas de mercantilização e aplicar-se na assimilação do processo de globalização; por outro lado, no plano político, abraça o sistema ditatorial, aplicando todos os esforços na prevenção contra uma transição pacífica ao estilo ocidental. Está à vista de todos que a carteira, cada vez mais cheia, do regime chinês percorre o mundo com a sua diplomacia do dinheiro, tendo-se já tornado no balão de oxigénio de outros regimes ditatoriais; que o regime chinês, por via de negócios atrativos, mina a unidade ocidental; que usa o seu vasto mercado para seduzir e ameaçar o grande capital ocidental. Contudo, se a esta grande potência ditatorial, cujo poder económico rapidamente se fortalece, não se deparar, na sua ascensão ditatorial, uma força externa que a restrinja, se se continuar a insistir numa política apaziguadora, repetir-se-ão os erros da história, e o resultado será não só catastrófico para o povo chinês, mas afetará desastrosamente, também, o projeto de democratização e instauração da liberdade no mundo inteiro. Como tal, a fim de conter os efeitos adversos, para a civilização, da ascensão ditatorial é necessário que o mundo livre ajude as maiores ditaduras mundiais a converterem-se rapidamente em nações democráticas e livres."
Adaptado de:
http://discussaoemtornodeumlivro.blogspot.com/2011/09/do-premio-nobel-da-paz-liu-xiaobo.html [consult. em 2012/03/13]
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/44519.html [consult. em 2012/03/13]
sexta-feira, 9 de março de 2012
O Livro Branco da Criatividade
Os pensamentos, ideias, escritas, desenhos ou pinturas serão fotografados e disponibilizados à medida que forem sendo produzidos.
A participação neste projecto é voluntária e os Autores concedem o direito da sua publicação neste blogue ou sob qualquer outra forma.
É opcional deixar o nome ou não, na parte traseira da folha numerada. Se não deixar o nome, a sua participação será publicada como ‘Anónimo’.
É obrigatório deixar a data e a hora final de produção na parte traseira da folha numerada.
Contamos com a participação criativa dos nossos alunos!
Concurso de fotografia "Os Olhares das Palavras"
Gostas de ler?
Gostas de Fotografia?
Sê criativo a cores ou a preto e branco!
Se gostaste especialmente de uma passagem de um livro, recria um ambiente, "apropria-te" de uma paisagem...e faz uma fotografia!
Consulta o regulamento aqui ou na biblioteca.
Regulamento_concurso de Fotografia
Concorre até 25 de Maio!
quinta-feira, 8 de março de 2012
Recursos em suporte digital
Autor do mês de março
(1845-1900)
Nasceu na Póvoa de Varzim e faleceu em Paris. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, tornando-se amigo de Antero de Quental, entre outros. Participou nas Conferências do Casino e é um dos intelectuais da Geração de 70. Foi nomeado cônsul, tendo viajado pelo Egito, Cuba, Londres, Paris, etc. Das suas obras destacam-se Uma Campanha Alegre (1871), O Crime do Padre Amaro (1875-1876), O Primo Basílio (1878), O Mandarim (1880), A Relíquia (1887), Os Maias (1888), A Correspondência de Fradique Mendes (1900), A Cidade e as Serras (1901), Contos (1902) e Prosas Bárbaras (1903). Traduziu o romance de Rider Haggard, As Minas de Salomão.
A propósito da obra Os Maias
Ver Roteiro queirosiano Sintra/Lisboa trabalhos dos alunos da Raul Proença(2010/2011)
http://pt.calameo.com/read/000577083f1f0b65145a4
http://pt.calameo.com/read/000577083f1f0b65145a4
Outras páginas sobre o autor:
No Projeto Vercial:
· Obras integrais de Eça de Queirós
· Os Maias de Eça de Queirós (programa)
· As Ideias de Eça de Queirós
· Eça de Queirós: Literatura e Arte (Uma Antologia)
· António Apolinário Lourenço, O Grande Maia.
· Maria Manuel Lisboa, Ensaios sobre "Os Maias".
· Suplemento ao Dicionário de Eça de Queiroz.
· Circum-navegando Os Maias
Noutros sites:
· Fundação Eça de Queirós
· Incidência da obra e da ação de Antero na mutação da mentalidade portuguesa
Documentário Grandes livros Os Maias
Episódio 1: Os Maias, Eça de Queirós (Parte 1/5)
Episódio 2: Os Maias, Eça de Queirós (parte 2/5)
Episódio 3: Os Maias, Eça de Queirós (Parte 3/5)
Episódio 4: Os Maias, Eça de Queirós (Parte 4/5)
Episódio 5 Os Maias, Eça de Queirós (Parte 5/5)
Eça de Queirós – Episódios da vida romântica - Documentário de Eduardo Lourenço
Webgrafia
eb23valega.net [Consult. 6/3/2012]
www.flickr.com [Consult. 6/3/2012]
teresamarques2009.wordpress.com [Consult. 6/3/2012]
brisamensal.blogspot.com [Consult. 6/3/2012]
users.prof2000.pt/ano/alvide/eca/e_os_vencidos_da_vida.htm
purl.pt [Consult. 5/3/2012]
novaaguia.blogspot.com [Consult. 5/3/2012]
farpaspombalinas.blogspot [Consult. 5/3/2012]
www.fotolog.com.br [Consult. 5/3/2012 ]
sexta-feira, 2 de março de 2012
Concurso Batalha de Leitura- Poesia
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Sessão sobre direitos de autor
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Concurso Nacional de Leitura- Fase Distrital
Irá realizar-se, no dia 16 de abril 8 (tarde), na biblioteca municipal da Nazaré, a fase distrital do Concurso Nacional de Leitura. As obras a concurso são as seguintes:
3º CICLO:
Ernest Hemingway – O velho e o mar (Edições Livros do Brasil)
Ondjaki – Os da minha rua (Ed. Dom Quixote)
SECUNDÁRIO:
José Saramago – A viagem do elefante (Editorial Caminho)
Jorge Amado – Capitães da areia (Ed. Dom Quixote)
A escola organizará o transporte e disponibilizar estas obras aos alunos finalistas deste concurso.
Vencedoras do concurso "Faça lá um Poema"- fase escola
A Inês Vieira (9º A) e a Sara Penas (10º CT3) foram as vencedoras, a nível de escola, do concurso Faça lá um Poema. Os poemas destas alunas vão representar a escola neste concurso, organizado pelo PNL (Plano Nacional de Leitura).
A todos os alunos que participaram fica o nosso apreço pelo empenho !
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Autor do mês de fevereiro- José Gomes Ferreira
(1900-1985)
Para saber MAIS
domingo, 8 de janeiro de 2012
Concurso Nacional de Leitura
LER + DÁ SAÚDE- Celebrando o Natal e o Dia de Reis
Autor do mês de janeiro- Luís Vaz de Camões
1525(?) - 1580(?)
Luís Vaz de Camões nasceu em 1525 (?) e morreu em 1580 (?). Os seus restos mortais (?) encontram-se no mosteiro dos Jerónimos. Teve uma existência atribulada, atendendo ao pouco que dela se conhece. Estudou em Coimbra, esteve em Ceuta e lutou na Índia, tendo entretanto perdido um olho. Após o seu regresso a Lisboa, frequentou o Paço, mas viveu com dificuldades, de uma pensão régia exígua, não vendo reconhecido o seu mérito
A sua reputação afirmou-se como grande poeta da nacionalidade, não cessando de aumentar, sobretudo depois da perda da nossa independência. Nesse tempo, o sentimento de perda e de necessidade de encontrarmos a nossa identidade, levou a que a sua epopeia Os Lusíadas fosse valorizada pelos inconformados com a situação do país, pois ficámos sob o domínio filipino durante sessenta anos.
Cultivou também o teatro, mas afirmou-se sobretudo na poesia lírica (Rimas), com grande variedade de géneros: sonetos, canções, éclogas, redondilhas, entre outros.
É o grande poeta do maneirismo português, pela filiação na tradição clássica à maneira renascentista, mas sensível ao conhecimento pela experiência que a época e as viagens lhe proporcionaram.
A sua obra é enriquecida por uma vivência sensível do sentimento e do saber, modulada na imitação dos antigos, mas permeável às marcas contemporâneas de uma existência em mutação. Por isso, ela se carateriza por uma enorme complexidade, na qual sobressai a vivência aguda de tensões que comunicam ao seu lirismo uma agudeza simultaneamente experiencial e literária.
Luís Vaz de Camões – o expoente máximo do Renascimento em Portugal
Camões é o artista mais completo do Renascimento. Improvisa com a desenvoltura de um homem de espada, eleva-se, sem aparência de esforço, ao tom de uma corte cerimoniosa, faz reviver da Idade Média tanto a vida popular como o maneirismo aristocrático, retém da Antiguidade o vigor, a plenitude, o sentido da expressão justa e calculada, aproveita dos Castelhanos o pitoresco dos” modismos”, a fantasia imprevista no burlesco, assimila de Petrarca o jogo sábio das antíteses, a arte de requintar os sentimentos delicados. Nele se perpetua a melancolia chorosa e langorosa do bucolismo nacional. Tão capaz de calçar um coturno estreito como de se expandir em livres confidências, brinca com todos os ritmos, põe-se todo inteiro numa obra diversa, múltipla, onde ressoa a trombeta heroica, onde geme a flauta pastoril, onde retine, como uma dissonância aguda, a ironia vingadora.
George Le Gentil, Les Cent Chefs-d’oeuvre Étrangers (trad. de Hernâni Cidade)
A sua poesia
Em Camões coexistiu a poesia com sabor trovadoresco dos Cancioneiros (“medida velha”) com uma poesia cujos modelos formais e temática (“medida nova”) revelam a cultura humanística e clássica do autor, que soube encontrar em Platão, Petrarca ou Dante um mentor ou um mestre para o caminho que trilhou e explorou com sabedoria, com entusiasmo e com a paixão do seu temperamento.
Cantando o amor sublime ou a relação mais fútil, o Poeta soube como poucos definir-se e definir a alma humana, oferecendo-nos a sua experiência de vida ou o mundo no seu desconcerto, com os seus problemas sociais e morais e a eterna questão do mal que aflige a Humanidade. Os temas da sua lírica são vastos e variados, indo da análise da sua vida interior à caraterização da realidade do seu tempo ou à busca do dimensionamento do homem universal.
As composições líricas de Camões oscilam entre dois pólos: o lirismo confessional, em que o autor dá expressão à sua experiência íntima, e a poesia de pura arte, em que pretende transpor os sentimentos e os temas a um plano formal, lúdico.
Neste segundo pólo, Camões revela-se um subtil ourives de composições delicadas e gráceis, discretamente preciosas, fabricadas com o ouro dos cabelos do sol, com o verde dos campos e dos olhos, o resplandecimento dos olhares e das águas, tudo ordenado em antíteses e paradoxos, segundo linhas enredadas mas geométricas. É nas redondilhas sobretudo, género tradicional da “antiga Espanha”, que Camões pratica este tipo de poesia, que marca a passagem do escolasticismo do Cancioneiro Geral para o conceptismo barroco.
Também nas redondilhas em estilo conceptista Camões desenvolve temas inspirados por uma reflexão sobre a situação existencial.
António José Saraiva, Iniciação na Literatura Portuguesa, Gradiva, 1996
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o tempo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E, do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Pois meus olhos não cansam de chorar
tristezas, que não cansam de cansar-me;
pois não abranda o fogo, em que abrasar-me
pôde quem eu jamais pude abrandar:
não canse o cego Amor de me guiar
a parte donde não saiba tornar-me:
nem deixa o mundo todo de escutar-me,
enquanto me a voz fraca não deixar.
E se em montes, rios, ou em vales,
piedade mora, ou dentro mora amor
em feras, aves, plantas, pedras, águas,
ouçam a longa história de meus males
e curem sua dor com minha dor;
que grandes mágoas podem curar mágoas.
Endechas a Bárbara Escrava
Aquela cativa
Que me tem cativo
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que para meus olhos
Fosse mais formosa.
Nem no campo flores.
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.
Uma graça viva
Que neles lhe mora,
Para ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos.
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.
Pretidão de Amor,
Tão doce figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.
Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela enfim descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo,
E, pois nela vivo,
É força que viva.
Ao desconcerto do Mundo
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.
Os Lusíadas, a grande epopeia nacional
Os Lusíadas, publicados em 1572, são a obra épica da Renascença. Camões, influenciado pelo mundo antigo, pelas epopeias clássicas de Homero (Ilíada e Odisseia) e de Vergílio (Eneida), canta o povo intrépido, exaltando o espírito do povo português que foi capaz da formação de Portugal e da expansão imperial. Tomando o povo como herói coletivo, reelabora a História, celebra o apogeu e pressente a decadência do império.
A epopeia Os Lusíadas celebra a ação grandiosa e heroica dos portugueses que deram início ao grande império que se estendeu pelos diversos continentes.
Mostra a história de um povo que teve a ousadia da aventura marítima, “dando novos mundos ao mundo”.
Camões imortalizou a grandeza e a força épica do povo português que destemidamente desafiou o desconhecido e deu novos mundos ao mundo. Celebrou no seu canto épico o povo português pioneiro na descoberta de um mundo novo, desafiando o desconhecido, ultrapassando o medo e todos os outros obstáculos. Exaltou a gesta marítima dos Descobrimentos. Enalteceu a comunicação estabelecida entre os povos e o conhecimento que se obteve da diversidade de culturas e tradições existentes nos diversos espaços geográficos por onde os nautas navegaram, alargando, desta forma, os horizontes da humanidade.
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Proposição, Canto I
Os Lusíadas – edição online
www.oslusiadas.com/
Para Saber +
Grandes Portugueses