domingo, 9 de dezembro de 2012

Realização do questionário

Na próxima terça feira, dia 11 de dezembro, às 16:50, na biblioteca,  irá realizar-se a prova relativa ao concurso República Popular de Robert Muchamore.Comparece e Ganha Prémios!

Viagem à volta dos livros

LIVRO DO DESASSOSSEGO













UM LABIRINTO DE SONHOS…

“Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, como, afinal, as paisagens são.”

Abre-se numa página qualquer e a VIAGEM acontece…  

Um LABIRINTO de reflexões e de emoções sobre a alma humana…
Não há nenhuma maneira lógica de o ler…

DESAFIANTE…

Uma ENCICLOPÉDIA sobre os mais variados temas…
Alguns exertos…

Antefalhei a vida, porque nem sonhando-a ela me pareceu deleitosa. Chegou até mim o cansaço dos sonhos…Tive ao senti-lo uma sensação extrema e falsa, como a de ter chegado ao término de uma estrada infinita. Transbordei de mim não sei para onde, e aí fiquei estagnado e inútil. Sou qualquer coisa que fui. Não me encontro onde me sinto e se me procuro, não sei quem é que me procura. Um tédio a tudo amolece-me. Sinto-me expulso da minha alma.

Assisto a mim. Presenceio-me. As minhas sensações passam diante de não sei que olhar meu como coisas externas. Aborreço-me de mim em tudo. Todas as coisas são, até às suas raízes de mistério, da cor do meu aborrecimento.”
“Alguns têm na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também.”

A liberdade é a possibilidade do isolamento. És livre se podes afastar-te dos homens, sem que te obrigue a procurá-los a necessidade do dinheiro, ou a necessidade gregária, ou o amor, ou a glória, ou a curiosidade, que no silêncio e na solidão não podem ter alimento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma: és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre (…).”

“A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova.”
VIVER É SER OUTRO. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção – isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos.”

E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende.”
“De resto eu não sonho, eu não vivo; sonho a vida real. Todas as naus são naus de sonho logo que esteja em nós o poder de as sonhar. O que mata o sonhador é não viver quando sonha; o que fere o agente é não sonhar quando vive. Eu fundi numa cor una de felicidade a beleza do sonho e a realidade da vida. Por mais que possuamos um sonho nunca se possui um sonho tanto como se possui o lenço que se tem na algibeira, ou, se quisermos, como se possui a nossa própria carne. (…)
Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.”


“O Homem não deve poder ver a sua própria cara. Isso é o que há de mais terrível. A Natureza deu-lhe o dom de não a poder ver, assim como de não poder fitar os seus próprios olhos.

Só na água dos rios e dos lagos ele podia fitar seu rosto. E a postura, mesmo, que tinha de tomar, era simbólica. Tinha de se curvar, de se baixar para cometer a ignomínia de ser ver.

O criador do espelho envenenou a alma humana.”
“APOTEOSE DO ABSURDO

Absurdemos

a vida,

de leste a oeste.”
Criei-me eco e abismo,

pensando.

M u l t i p l i q u e i – me

aprofundando-

-me.”

Do terraço deste café olho tremulamente para a vida. Pouco vejo dela – a espalhada – nesta sua concentração, neste largo nítido e meu. Um marasmo, como um começo de bebedeira, elucida-me a alma de coisas. Decorre fora de mim, nos passos dos que passam e na fúria regulada de movimentos, a vida evidente e unânime. Nesta hora dos sentidos estagnarem-me e tudo me parecer outra coisa – as minhas sensações um erro confuso e lúcido, abro asas mas não me movo, como um condor suposto.

Homem de ideais que sou, quem sabe se a minha maior aspiração não é realmente não passar de ocupar este lugar a esta mesa deste café?”

Parte à descoberta do outro Pessoa…

Procura - o… e… procura-te neste labirinto de sonhos que é o LIVRO DO DESASSOSSEGO!

 Envia as tuas impressões de leitura para o email: esrpbiblioteca@sapo.pt

 
Para Saber +

Documentário: Fernando Pessoa – Biografia e Livro do Desassossego







quarta-feira, 14 de novembro de 2012

90º aniversário de José Saramago

No próximo dia 16 de novembro evocamos o 90º aniversário de José Saramago.
A este propósito preparámos uma exposição biográfica e bibliográfica na nossa biblioteca.
Descubra o "Nosso Nobel"!
Parabéns, José!

Concurso Coleção Cherub, "República Popular"

 A nossa escola, em colaboração com a Porto Editora está a dinamizar o concurso associado à coleção Cherub,  a propósito do livro, República Popular, de Robert Muchamore. 
Todos os participantes receberão certificado de participação e uma caneta. Os três primeiros classificados são premiados com o livro, caneta, certificado de participação e uma t-shirt.
 Para ganhares estes prémios vai à biblioteca, requisita o livro. lê-o e responde ao questionário no dia 12 de dezembro.
Participa!

Concurso Nacional de Leitura


CONCURSO NACIONAL DE LEITURA
2012-2013- 1ª fase
Obras a concurso
3º ciclo
A Lua de Joana de Maria Teresa Maia Gonzalez
OU
Sexta Feira ou a Vida Selvagem de Michel Tournier
 
Secundário
A Esmeralda do Rei de Paulo Pimentel
OU
Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco
 
Vai à biblioteca e leva o livro que escolheste.
Participa!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Viagem à volta dos livros


  Com o projeto Uma Viagem à Volta dos Livros procuramos dar visibilidade a livros que, em nosso entender, são significantes e que, por isso, não podemos deixar de ler.
Recordamos as palavras de Carlos Drumond de Andrade quando afirma, Os livros são navios de sair pelo mundo.
Fica o convite. Embarque connosco nesta viagem!
 

Há livros que mudam a nossa forma de ver o mundo e os outros…
Com A Lua de Joana de Maria Teresa Maia Gonzalez, acompanhamos os pensamentos de uma adolescente que está em sofrimento e aprendemos a perceber as suas emoções. Joana perdeu a sua melhor amiga, Marta; os seus pais estão demasiado ocupados para perceber a dor e a raiva que no seu coração vão crescendo; sente que também não pode contar com o seu irmão, que designa como “o Homem de Cro-Magnon”, “o Pré-histórico”, “o cavernoso”.


Perante todas estas ausências, que caminhos foram percorridos pela Joana?

 

LISBOA, 28 DE AGOSTO

Querida Marta,

Demorei muito para me resolver, o que não era costume. Para dizer a verdade, não sabia que fazer. Precisava de desabafar, tentar compreender tudo o que aconteceu e, como foste sempre a minha única confidente... Não fazia sentido escrever um diário, pois dava-me a sensação de estar a escrever para mim própria, o que acho um bocado estranho. Talvez seja ainda mais estranho escrever-te, mas é uma forma de manter viva a tua memória, pelo menos até entender o que se passou contigo; pelo menos até conseguir perdoar-te...

Faz hoje um mês que tu... Não sou ainda capaz de dizer a palavra. Se calhar, é porque não acredito que já não estás aqui comigo. É tão difícil acreditar!

Como sabes, hoje fiz anos. São duas da manhã e estou demasiado excitada para dormir. Vou contar-te o que recebi. A minha mãe acedeu finalmente a redecorar o meu quarto - está tal e qual como eu queria! Todo branco (paredes, tapete, colcha, cortina) e até me mandou fazer o baloiço dos meus sonhos: é uma meia-lua de madeira (branca, claro) que está suspensa do teto por uma corrente, mesmo no meio do quarto. E única no Mundo! Fui eu que a imaginei. Quando quero pensar, coloco-a em posição de quarto crescente e, quando estou triste, rodo-a para quarto minguante e sento-me até que a tristeza passe. O armário velho foi para o corredor, assim, fiquei com mais espaço para dançar, quando me apetece. Das «antiguidades» só ficou a escrivaninha, por causa daquelas gavetinhas todas que sempre me deram um jeitão para os segredos. Sei que acharias demais, mas também foi pintada de branco! À minha mãe tudo isto pareceu um bocado exótico, mas foi forçada a comparar as minhas notas com as do Pré-histórico (a quem comprou uma nova prancha de surf carérrima) e não teve outro remédio. Chamou-me caprichosa e não sei que mais. Não me importei.
A avó Ju deu-me uns brincos que usava quando era nova. Disse-me: «Com catorze anos já tens idade para umas perolazinhas...» Um amor, a minha avó.
do Cro-Magnon, como é costume, estava liso, portanto deve ter pedido uns trocos à mãe e deu-me um chocolate (sabendo perfeitamente que sou alérgica) e um cartão idiota com o desenho de um chimpanzé horrendo, que diz «Tás a ficar velhota!»... Realmente é triste ter um irmão assim, paciência.
Quanto ao meu pai, deu-me mais um relógio, imagina! Já tenho uma coleção disparatada (como diz a avó Ju), mas ele não deve lembrar-se dos que me deu nos anos anteriores. Tem muito que fazer, como sempre... Provavelmente, mandou a Lisete comprar-me a prenda, é o mais certo. Ele só sai do consultório para operar, como é que podia ter tempo...
No que respeita à festa que a minha mãe queria fazer, proibi-a terminantemente e, para a convencer, tive de dizer que não havia direito de me estragarem o dia de anos. Sem ti, a festa não seria a mesma coisa. Além disso, não tenho vontade de festejar coisa nenhuma. Fazer anos não é assim tão especial como isso, ainda se fossem quinze...

Estou a ficar com sono, finalmente. Preciso de dormir. Espero não sonhar outra vez contigo. É terrível!

Um beijo da
Joana
P.S. Esqueci-me de contar que a minha mãe, como não podia deixar de ser, resolveu trazer-me umas fatiotas lá da loja dela. Demasiado senhorecas para o meu gosto. Mas era de esperar...


Terá Joana recuperado a alegria e o entusiasmo de viver?


LISBOA, 25 DE DEZEMBRO

Querida Marta,

Foi o Natal pior da minha vida. Sem ti, sem a avó Ju, o meu pai com gripe, de cama e, para piorar tudo, descobri uma coisa terrível: o Diogo anda a drogar-se! Isto é tão horrível que nem me apetece continuar a falar do assunto, mas, por outro lado, preciso de desabafar. Tive uma conversa séria com a Rita (aquela conversa que eu já há muito tempo queria ter e ainda não tinha conseguido) e ela disse-me com a maior calma do mundo: «Olha, Joana, nós não te dissemos nada para tu não fazeres logo uma cena. Sabíamos que ias desatinar, quisemos poupar-te, até porque o Diogo está fixe, numa boa, mesmo. Pode parar quando quiser. Está tudo sob controlo, estás a topar? Não há crise.» Fiquei de boca aberta e, quando arranjei coragem, perguntei-lhe se ela também se drogava. Respondeu-me com a mesma voz calma de lagoa: «Eu já ando nisto há muito tempo, muito mais do que o Diogo, mas não sou parva, não sou nenhuma débil mental, sei parar quando devo. O que aconteceu com a Marta foi um grande azar e muita inexperiência. Comigo isso nunca aconteceria. Não curto histórias que acabam mal.» Voltei a ficar de boca aberta.
Como é que eu fui tão estúpida que não percebi isto antes?! Estou arrasada. Não sei o que hei de fazer nem sequer o que hei de pensar. Nunca me senti tão desorientada em toda a minha vida. Tudo está a cair sobre mim. Quero um foguetão e um bilhete de ida para ir para Plutão!

Vou-me deitar. Não aguento mais tanta coisa horrível na minha cabeça.
Um beijo com lágrimas (lágrimas são tudo o que posso dar-te este Natal) da

Joana


Acerca do livro:
“Quando escrevi este livro, tive a noção de que o tema era importante porque, infelizmente, trata de uma questão actual que afeta um número impressionante de famílias nos quatro cantos do mundo.”

Maria Teresa Maia Gonzalez in “Prefácio”, A Lua de Joana, Ed. Babel, 2010


Para saber mais, consulta:

o audiolivro: http://luadejoana.podomatic.com/

http://www.noslemos.blogspot.com/
(Blogue realizado após a visita da escritora a uma escola.)

http://5knowledge.blogs.sapo.pt/
(Entrevista à escritora realizada por alunos.)

http://bibliosttau.blogspot.com/2008/04/entrevista-imaginria-escritora-maria.html
(Entrevista imaginária a Maria Teresa Maia Gonzalez brincando com os títulos dos seus livros.)

A escritora está no Facebook.

Envia as tuas impressões acerca deste livro para o email da biblioteca: esrpbiblioteca@sapo.pt








segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Concerto de outono na Raul Proença

No próximo dia 26 de outubro, às 21 horas vai realizar-se o concerto de outono no polivalente da nossa Escola. Trata-se de uma iniciativa das bibliotecas escolares do agrupamento e que conta com a participação da Academia de Óbidos. Fica o convite a toda a comunidade para participar neste evento associado o Mês da Música.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bom ano letivo!

Voltámos à Escola!

A equipa da biblioteca da Raul Proença deseja a todos um bom ano letivo.

A nossa bilbioteca é um espaço privilegiado para descobrires coisas novas e satisfazer a tua curiosidade.

Conta connosco!




domingo, 17 de junho de 2012

Empréstimo de Manuais

No âmbito do Projeto Eco- Escolas, a nossa escola iniciou, no decurso deste ano letivo, o “Projeto Partilha de Livros”, destinado aos alunos do 3º ciclo, com o objetivo de valorizar e reutilizar os manuais escolares, bem como diminuir as despesas das famílias.
Também a Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, através do Projeto “Dar e Partilhar” disponibiliza manuais escolares que cede às famílias mais carenciadas.
Neste sentido, e ainda que a nossa Escola e a Biblioteca possam, eventualmente, não conseguir dar resposta a todas as solicitações, recomendamos que os encarregados de educação interessados contactem estas instituições a fim de obterem os manuais adotados.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sugestões de leitura para as férias

Chegaram as férias! E porque nem sempre, em tempo de aulas, temos disponibilidade para diversificarmos as nossas leituras, aproveitemos esta pausa para LER + para CONHECER, CRESCER e SER!
Aqui ficam algumas sugestões de titulos que temos na nossa biblioteca, organizados por anos de escolaridade.
Ilustramos estas sugestões com uma imagem que fala por si.
Desejamos boas férias e, claro, BOAS LEITURAS!


Sugestões de leitura 3º ciclo Sugestões de leitura secundário

quinta-feira, 17 de maio de 2012

atividade com a ilustradora Ana Sofia Ambrósio

Dia 18 de maio, às 15:10H, na biblioteca escolar irá decorrer uma sessão com a ilustradora Ana Sofia Ambrósio, destinada às turmas do 7º ano. Trata-se de uma sessão preparatória da sessão que irá decorrer no dia 26 de maio, às 14:15 H,  na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha. Entre as várias atividades destacamos o ateliê dimamizado por alunos do 7º ano da nossa Escola e pela Professora Ana Militão, a propósito das ilustrações do Cavaleiro da Dinamarca. O programa em detalhe pode ser consultado aqui:
Programa Final

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Dia da Escola- 14 de maio

Assinalámos na passada segunda feira, o dia da Escola. As imagens que se seguem são uma expressão das atividades desenvolvidas, num trabalho articulado entre a biblioteca escolar, professores e assistentes operacionais e técnicos. A todos os que contribuiram para a concretização destes projetos, expressamos o nosso agradecimento! dia escola

domingo, 6 de maio de 2012

Tiago Franco venceu a final da Batalha da Leitura- 3º ciclo




Realizou-se no dia 4 de Maio, na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro,  a fase final da Batalha de Leitura- Poesia, organizada pelas bibliotecas escolares dos concelhos de Caldas e Óbidos.
Estiveram representadas todas as escolas do concelho de Caldas da Rainha e de Óbidos. A nossa escola fez-se representar pelo Tiago Franco (3º ciclo) e pela Jennifer (secundário).
Na categoria do 3º ciclo o representante da nossa escola, Tiago Franco, do 9º ano,   foi  o vencedor. No secundário o 1º lugar foi atribuído à aluna Mafalda Mil-Homens do Colégio Rainha D. Leonor.

Parabéns aos participantes e aos professores de Português que connosco colaboraram e prepararm os alunos!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Um poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia!

Iniciamos nesta reta final do ano letivo mais um desafio a alunos e professores, Um poema por dia nem sabe o bem que lhe fazia! Disponibilizamos um PowerPoint que pode constituir a base das atividades a desenvolver. Esperamos a participação de todos aqueles que, como diz Maria Alberta Menéres, consideram a poesia uma maneira de olhar o mundo! Um Poema Por Dia

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Semana do Livro e da Leitura

Uma vez mais a nossa escola evoca o Dia Mundial do Livro (23 de Abril) com atividades que pretendem valorizar o LIVRO, a LEITURA e a ESCRITA, das quais destacamos: - a exposição dos trabalhos dos alunos realizados no ateliê de escrita criativa, durante a Senmana Raul Proença e dinamizado pelo grupo de Português; - a presença do escritor David Machado, no dia 26 de Abril, em articulação com a Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha; - a participação dos alunos dos cursos profissionais de MRPP e PASC, na sessão sobre o livro infanto-juvenil, a realizar no complexo escolar do Alvito, no dia 26 de Abril; - a presença na nossa Escola, no dia 2 de Maio, pelas 10: 15 Horas, da ilustradora Ana Sofia Ambrósio. Fica o convite a todos os que queiram participar neste nosso programa!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Inês Vieira na Final do Concurso Nacional de Leitura

A Escola Secundária c/ 3º ciclo de Raul Proença, pelo terceiro ano consecutivo, participou no Concurso Nacional de Leitura promovido pelo Plano Nacional de Leitura. Na fase distrital, que teve lugar na biblioteca municipal da Nazaré, no dia 16 de abril, participaram seis alunos em representação do 3º ciclo e do ensino secundário, respetivamente, Filipe Monteiro, Tiago Franco, Inês Vieira, Catarina Gomes, Beatriz da Branca e Inês Marques.
Como representante do distrito de Leiria, para a fase final nacional, a decorrer em junho, foi apurada a aluna Inês Vieira do 9º ano.
A Escola congratula-se com a participação dos seus alunos, felicita a aluna vencedora e reconhece, nestes concursos, momentos importantes de promoção da leitura indispensáveis para formação integral do aluno em consonância com a sua cultura de escola.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Autor do mês de abril




Porque é Abril, porque é preciso não esquecer!....


Assim, não celebramos, neste mês, apenas um autor, mas evocamos alguns nomes que a censura não silenciou.


Celebremos Abril, celebremos a Liberdade!

autor mes de abril que força é esta


A canção “A formiga no carreiro” de Zeca Afonso foi editada porque a fábula expressa nessa composição parece não ter sido interpretada pelos serviços de censura.



Que Força é essa


Trova ao vento que passa

Canção do soldado


quinta-feira, 22 de março de 2012

Ilustrando O Cavaleiro da Dinamarca



O vídeo que apresentamos resulta do trabalho de articulação curricular realizado entre as disciplinas de Língua Portuguesa e Educação Visual, no âmbito da leitura da obra O Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen.

terça-feira, 13 de março de 2012

“O ÓDIO CORRÓI A CONSCIÊNCIA E SABEDORIA DAS PESSOAS”

Prémio Nobel da Paz (2010) Liu Xiaobo
Leitura de textos (poesia e prosa), 20 de março de 2012



O Festival Internacional de literatura de Berlim organiza em conjunto com outras instituições, a nível mundial entre as quais a UNESCO e a Amnistia Internacional, a leitura de excertos da obra de Liu Xiabo, prémio Nobel da Paz em 2010, numa ação de sensibilização para a sua longa e não-violenta luta pelos direitos humanos fundamentais na China.
Porque reconhecemos e valorizamos a importância da formação para a cidadania, a nossa escola associa-se a este acontecimento e irá promover no dia 20 de março (3ª feira), a leitura de excertos de poesia e prosa deste ativista dos direitos humanos. Pedimos aos professores interessados em procederem à leitura de excertos com os seus alunos, o favor de se dirigirem à biblioteca a fim de lhes ser disponibilizados esses documentos.
Divulgamos uma passagem do livro editado em Portugal:

"As nações mais influentes do palco mundial devem prestar grande atenção ao facto de a ditadura chinesa já nada ter a ver com o totalitarismo tradicional ao modo do regime soviético; o Partido Comunista Chinês não adere ao confronto ideológico e militar, preferindo dedicar-se ao desenvolvimento da economia, a multiplicar amizades, prescindindo da ideologia, a empreender reformas de mercantilização e aplicar-se na assimilação do processo de globalização; por outro lado, no plano político, abraça o sistema ditatorial, aplicando todos os esforços na prevenção contra uma transição pacífica ao estilo ocidental. Está à vista de todos que a carteira, cada vez mais cheia, do regime chinês percorre o mundo com a sua diplomacia do dinheiro, tendo-se já tornado no balão de oxigénio de outros regimes ditatoriais; que o regime chinês, por via de negócios atrativos, mina a unidade ocidental; que usa o seu vasto mercado para seduzir e ameaçar o grande capital ocidental. Contudo, se a esta grande potência ditatorial, cujo poder económico rapidamente se fortalece, não se deparar, na sua ascensão ditatorial, uma força externa que a restrinja, se se continuar a insistir numa política apaziguadora, repetir-se-ão os erros da história, e o resultado será não só catastrófico para o povo chinês, mas afetará desastrosamente, também, o projeto de democratização e instauração da liberdade no mundo inteiro. Como tal, a fim de conter os efeitos adversos, para a civilização, da ascensão ditatorial é necessário que o mundo livre ajude as maiores ditaduras mundiais a converterem-se rapidamente em nações democráticas e livres."
Adaptado de:
http://discussaoemtornodeumlivro.blogspot.com/2011/09/do-premio-nobel-da-paz-liu-xiaobo.html [consult. em 2012/03/13]
http://arcodealmedina.blogs.sapo.pt/44519.html [consult. em 2012/03/13]

sexta-feira, 9 de março de 2012

O Livro Branco da Criatividade


O Livro Branco da Criatividade já está disponível no espaço da nossa Biblioteca.
Os pensamentos, ideias, escritas, desenhos ou pinturas serão fotografados e disponibilizados à medida que forem sendo produzidos.
A participação neste projecto é voluntária e os Autores concedem o direito da sua publicação neste blogue ou sob qualquer outra forma.
É opcional deixar o nome ou não, na parte traseira da folha numerada. Se não deixar o nome, a sua participação será publicada como ‘Anónimo’.
É obrigatório deixar a data e a hora final de produção na parte traseira da folha numerada.





Acompanha os trabalhos aqui
Contamos com a participação criativa dos nossos alunos!

Concurso de fotografia "Os Olhares das Palavras"


Gostas de ler?
Gostas de Fotografia?
Sê criativo a cores ou a preto e branco!

Se gostaste especialmente de uma passagem de um livro, recria um ambiente, "apropria-te" de uma paisagem...e faz uma fotografia!
Consulta o regulamento aqui ou na biblioteca.
Regulamento_concurso de Fotografia

Concorre até 25 de Maio!


quinta-feira, 8 de março de 2012

Recursos em suporte digital



Está disponível em todos os computadores da biblioteca uma pasta de recursos digitais. Aqui podem ser encontrados materiais de várias diciplinas, contruídos e/ou organizados pelos professores da nossa escola. Esperamos que possam contribuir para a melhoria das aprendizagens!

Autor do mês de março

José Maria Eça de Queirós
(1845-1900)

Um dos maiores romancistas portugueses do século XIX.
Nasceu na Póvoa de Varzim e faleceu em Paris. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, tornando-se amigo de Antero de Quental, entre outros. Participou nas Conferências do Casino e é um dos intelectuais da Geração de 70. Foi nomeado cônsul, tendo viajado pelo Egito, Cuba, Londres, Paris, etc. Das suas obras destacam-se Uma Campanha Alegre (1871), O Crime do Padre Amaro (1875-1876), O Primo Basílio (1878), O Mandarim (1880), A Relíquia (1887), Os Maias (1888), A Correspondência de Fradique Mendes (1900), A Cidade e as Serras (1901), Contos (1902) e Prosas Bárbaras (1903). Traduziu o romance de Rider Haggard, As Minas de Salomão.


A propósito da obra Os Maias



Ver Roteiro queirosiano Sintra/Lisboa trabalhos dos alunos da Raul Proença(2010/2011)
http://pt.calameo.com/read/000577083f1f0b65145a4
http://pt.calameo.com/read/000577083f1f0b65145a4



Outras páginas sobre o autor:
No Projeto Vercial:
· Obras integrais de Eça de Queirós
·
Os Maias de Eça de Queirós (programa)
·
As Ideias de Eça de Queirós
·
Eça de Queirós: Literatura e Arte (Uma Antologia)
·
António Apolinário Lourenço, O Grande Maia.
·
Maria Manuel Lisboa, Ensaios sobre "Os Maias".
·
Suplemento ao Dicionário de Eça de Queiroz.
·
Circum-navegando Os Maias
Noutros sites:
· Fundação Eça de Queirós
·
Incidência da obra e da ação de Antero na mutação da mentalidade portuguesa

Documentário Grandes livros Os Maias



Episódio 1: Os Maias, Eça de Queirós (Parte 1/5)



Episódio 2: Os Maias, Eça de Queirós (parte 2/5)



Episódio 3: Os Maias, Eça de Queirós (Parte 3/5)



Episódio 4: Os Maias, Eça de Queirós (Parte 4/5)



Episódio 5 Os Maias, Eça de Queirós (Parte 5/5)



Eça de Queirós – Episódios da vida romântica - Documentário de Eduardo Lourenço


Webgrafia




eb23valega.net [Consult. 6/3/2012]
www.flickr.com [Consult. 6/3/2012]
teresamarques2009.wordpress.com [Consult. 6/3/2012]
brisamensal.blogspot.com [Consult. 6/3/2012]
users.prof2000.pt/ano/alvide/eca/e_os_vencidos_da_vida.htm
purl.pt [Consult. 5/3/2012]
novaaguia.blogspot.com [Consult. 5/3/2012]
farpaspombalinas.blogspot [Consult. 5/3/2012]
www.fotolog.com.br [Consult. 5/3/2012 ]

sexta-feira, 2 de março de 2012

Sexo e sexualidade- tertúlia na biblioteca






Concurso Batalha de Leitura- Poesia



Realiza-se no dia 4 de Maio, no Parque D. Carlos I, a 2º edição do concurso Batalha de Leitura- Poesia, organizado pelas bibliotecas escolares dos concelhos de Caldas e Óbidos.


Participa!

Regulamento aqui

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sessão sobre direitos de autor




Vai realizar-se no dia 28 de fevereiro, 3ª feira, na biblioteca, uma sessão sobre Direitos de Autor, da responsabiblidade da Sociedade Portuguesa de Autores.
Fica o convite para participação numa atividade cuja temática é do interesse de todos!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Concurso Nacional de Leitura- Fase Distrital



Irá realizar-se, no dia 16 de abril 8 (tarde), na biblioteca municipal da Nazaré, a fase distrital do Concurso Nacional de Leitura. As obras a concurso são as seguintes:
3º CICLO:
Ernest Hemingway – O velho e o mar (Edições Livros do Brasil)
Ondjaki – Os da minha rua (Ed. Dom Quixote)

SECUNDÁRIO:
José Saramago – A viagem do elefante (Editorial Caminho)
Jorge Amado – Capitães da areia (Ed. Dom Quixote)

A escola organizará o transporte e disponibilizar estas obras aos alunos finalistas deste concurso.

Vencedoras do concurso "Faça lá um Poema"- fase escola

Parabéns Inês Vieira e Sara Penas!

A Inês Vieira (9º A) e a Sara Penas (10º CT3) foram as vencedoras, a nível de escola, do concurso Faça lá um Poema. Os poemas destas alunas vão representar a escola neste concurso, organizado pelo PNL (Plano Nacional de Leitura).

A todos os alunos que participaram fica o nosso apreço pelo empenho !

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Autor do mês de fevereiro- José Gomes Ferreira

José Gomes Ferreira
(1900-1985)



José Gomes Ferreira é considerado um dos mais importantes escritores portugueses do século XX.

Representante do artista social e politicamente empenhado, nas suas reações e revoltas face aos problemas e injustiças do mundo, a sua poética acusa influências tão variadas quanto a do empenhamento neo-realista, o visionarismo surrealista ou o saudosismo, numa dialética constante entre a irrealidade e a realidade, entre as suas tendências individualistas e a necessidade de partilhar o sofrimento dos outros.
José Gomes Ferreira


Para saber MAIS




domingo, 8 de janeiro de 2012

Concurso Nacional de Leitura

À semelhança do ano transato, a Biblioteca Escolar e os professores de Língua Portuguesa/Português, dinamizaram o Concurso Nacional de Leitura. No dia 6 de janeiro realizou-se a prova escrita, a nível de escola, com a participação de 30 alunos do 3º ciclo e do secundário. As provas orais realizam-se no dia 10 de janeiro, terça-feira, às 14:15H, para os alunos do secundário e, no dia 11 de janeiro, quarta-feira, às 16: 45 H, para os alunos do 3º ciclo, com vista ao apuramento dos três vencedores de cada categoria que participarão na fase distrital.

Parabéns aos participantes!

LER + DÁ SAÚDE- Celebrando o Natal e o Dia de Reis

Dando continuidade ao projeto iniciado no ano letivo anterior, os alunos do 8º A e 8ºB, orientados pela professora Ana Filomena e com o apoio técnico-logístico dos professores Nuno Pedrosa e Celeste Custódio, concretizaram a atividade celebrando o Natal e o Dia de Reis. Os alunos gravaram excertos de poemas e contos de Natal e também tiveram a oportunidade de partilhar a sua própria magia de Natal com os utentes do Centro Hospitalar Oeste Norte, através do circuito interno de televisão, durante a quadra Natalícia.

A complementar este projeto, realizou-se no dia 5 de janeiro uma atividade de leitura pelos referidos alunos para os doentes do CHON.

Autor do mês de janeiro- Luís Vaz de Camões

Luís Vaz de Camões
1525(?) - 1580(?)


Luís Vaz de Camões nasceu em 1525 (?) e morreu em 1580 (?). Os seus restos mortais (?) encontram-se no mosteiro dos Jerónimos. Teve uma existência atribulada, atendendo ao pouco que dela se conhece. Estudou em Coimbra, esteve em Ceuta e lutou na Índia, tendo entretanto perdido um olho. Após o seu regresso a Lisboa, frequentou o Paço, mas viveu com dificuldades, de uma pensão régia exígua, não vendo reconhecido o seu mérito
A sua reputação afirmou-se como grande poeta da nacionalidade, não cessando de aumentar, sobretudo depois da perda da nossa independência. Nesse tempo, o sentimento de perda e de necessidade de encontrarmos a nossa identidade, levou a que a sua epopeia Os Lusíadas fosse valorizada pelos inconformados com a situação do país, pois ficámos sob o domínio filipino durante sessenta anos.
Cultivou também o teatro, mas afirmou-se sobretudo na poesia lírica (Rimas), com grande variedade de géneros: sonetos, canções, éclogas, redondilhas, entre outros.
É o grande poeta do maneirismo português, pela filiação na tradição clássica à maneira renascentista, mas sensível ao conhecimento pela experiência que a época e as viagens lhe proporcionaram.
A sua obra é enriquecida por uma vivência sensível do sentimento e do saber, modulada na imitação dos antigos, mas permeável às marcas contemporâneas de uma existência em mutação. Por isso, ela se carateriza por uma enorme complexidade, na qual sobressai a vivência aguda de tensões que comunicam ao seu lirismo uma agudeza simultaneamente experiencial e literária.


Luís Vaz de Camões – o expoente máximo do Renascimento em Portugal


Camões é o artista mais completo do Renascimento. Improvisa com a desenvoltura de um homem de espada, eleva-se, sem aparência de esforço, ao tom de uma corte cerimoniosa, faz reviver da Idade Média tanto a vida popular como o maneirismo aristocrático, retém da Antiguidade o vigor, a plenitude, o sentido da expressão justa e calculada, aproveita dos Castelhanos o pitoresco dos” modismos”, a fantasia imprevista no burlesco, assimila de Petrarca o jogo sábio das antíteses, a arte de requintar os sentimentos delicados. Nele se perpetua a melancolia chorosa e langorosa do bucolismo nacional. Tão capaz de calçar um coturno estreito como de se expandir em livres confidências, brinca com todos os ritmos, põe-se todo inteiro numa obra diversa, múltipla, onde ressoa a trombeta heroica, onde geme a flauta pastoril, onde retine, como uma dissonância aguda, a ironia vingadora.
George Le Gentil, Les Cent Chefs-d’oeuvre Étrangers (trad. de Hernâni Cidade)


A sua poesia
Em Camões coexistiu a poesia com sabor trovadoresco dos Cancioneiros (“medida velha”) com uma poesia cujos modelos formais e temática (“medida nova”) revelam a cultura humanística e clássica do autor, que soube encontrar em Platão, Petrarca ou Dante um mentor ou um mestre para o caminho que trilhou e explorou com sabedoria, com entusiasmo e com a paixão do seu temperamento.
Cantando o amor sublime ou a relação mais fútil, o Poeta soube como poucos definir-se e definir a alma humana, oferecendo-nos a sua experiência de vida ou o mundo no seu desconcerto, com os seus problemas sociais e morais e a eterna questão do mal que aflige a Humanidade. Os temas da sua lírica são vastos e variados, indo da análise da sua vida interior à caraterização da realidade do seu tempo ou à busca do dimensionamento do homem universal.

As composições líricas de Camões oscilam entre dois pólos: o lirismo confessional, em que o autor dá expressão à sua experiência íntima, e a poesia de pura arte, em que pretende transpor os sentimentos e os temas a um plano formal, lúdico.
Neste segundo pólo, Camões revela-se um subtil ourives de composições delicadas e gráceis, discretamente preciosas, fabricadas com o ouro dos cabelos do sol, com o verde dos campos e dos olhos, o resplandecimento dos olhares e das águas, tudo ordenado em antíteses e paradoxos, segundo linhas enredadas mas geométricas. É nas redondilhas sobretudo, género tradicional da “antiga Espanha”, que Camões pratica este tipo de poesia, que marca a passagem do escolasticismo do Cancioneiro Geral para o conceptismo barroco.
Também nas redondilhas em estilo conceptista Camões desenvolve temas inspirados por uma reflexão sobre a situação existencial.
António José Saraiva, Iniciação na Literatura Portuguesa, Gradiva, 1996

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o tempo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E, do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.



Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?



Pois meus olhos não cansam de chorar
tristezas, que não cansam de cansar-me;
pois não abranda o fogo, em que abrasar-me
pôde quem eu jamais pude abrandar:

não canse o cego Amor de me guiar
a parte donde não saiba tornar-me:
nem deixa o mundo todo de escutar-me,
enquanto me a voz fraca não deixar.

E se em montes, rios, ou em vales,
piedade mora, ou dentro mora amor
em feras, aves, plantas, pedras, águas,

ouçam a longa história de meus males
e curem sua dor com minha dor;
que grandes mágoas podem curar mágoas.


Endechas a Bárbara Escrava

Aquela cativa
Que me tem cativo
Porque nela vivo
Já não quer que viva.
Eu nunca vi rosa
Em suaves molhos,
Que para meus olhos
Fosse mais formosa.

Nem no campo flores.
Nem no céu estrelas
Me parecem belas
Como os meus amores.
Rosto singular
Olhos sossegados,
Pretos e cansados,
Mas não de matar.

Uma graça viva
Que neles lhe mora,
Para ser senhora
De quem é cativa.
Pretos os cabelos.
Onde o povo vão
Perde opinião
Que os louros são belos.

Pretidão de Amor,
Tão doce figura,
Que a neve lhe jura
Que trocara a cor.
Leda mansidão,
Que o siso acompanha;
Bem parece estranha,
Mas bárbara não.

Presença serena
Que a tormenta amansa;
Nela enfim descansa
Toda a minha pena.
Esta é a cativa
Que me tem cativo,
E, pois nela vivo,
É força que viva.



Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

Os Lusíadas, a grande epopeia nacional



Os Lusíadas, publicados em 1572, são a obra épica da Renascença. Camões, influenciado pelo mundo antigo, pelas epopeias clássicas de Homero (Ilíada e Odisseia) e de Vergílio (Eneida), canta o povo intrépido, exaltando o espírito do povo português que foi capaz da formação de Portugal e da expansão imperial. Tomando o povo como herói coletivo, reelabora a História, celebra o apogeu e pressente a decadência do império.
A epopeia Os Lusíadas celebra a ação grandiosa e heroica dos portugueses que deram início ao grande império que se estendeu pelos diversos continentes.
Mostra a história de um povo que teve a ousadia da aventura marítima, “dando novos mundos ao mundo”.


Camões imortalizou a grandeza e a força épica do povo português que destemidamente desafiou o desconhecido e deu novos mundos ao mundo. Celebrou no seu canto épico o povo português pioneiro na descoberta de um mundo novo, desafiando o desconhecido, ultrapassando o medo e todos os outros obstáculos. Exaltou a gesta marítima dos Descobrimentos. Enalteceu a comunicação estabelecida entre os povos e o conhecimento que se obteve da diversidade de culturas e tradições existentes nos diversos espaços geográficos por onde os nautas navegaram, alargando, desta forma, os horizontes da humanidade.

As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
Proposição, Canto I

Os Lusíadas – edição online
www.oslusiadas.com/
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