sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Café com Pessoa

Encontram-se em exposição os trabalhos, "Café com Pessoa", realizados pelos alunos do 12º ano de Artes Visuais, na disciplina de Oficina de Artes.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Concurso Nacional de Leitura 2016-2017



A 11ª Edição do Concurso Nacional de Leitura [CNL] inicia-se no mês de novembro e vai prolongar-se até ao 3º período, com o apuramento dos vencedores.

Irá desenvolver-se em três fases:

1ª Fase | Escolas
Até 27 Janeiro 2017 - Provas nas escolas |Apuramento dos alunos vencedores

2ª Fase | Bibliotecas Municipais
Até 05 Maio 2017 - Provas nas Bibliotecas Municipais| Apuramento dos vencedores no país e nas escolas portuguesas no estrangeiro (Camões IP + DGAE/DSEEPE)
Até 12 Maio 2017 - Publicação da lista de Alunos apurados na 2ª Fase|divulgação das Obras a ler para a 3ª Fase - Concursos PNL

3ª Fase | Final Nacional


As obras selecionadas para a 1ª fase- Nível de Escola, são as seguintes:

3º Ciclo :


História da gaivota e do gato que a ensinou a voar de Luis Sepúlveda.
O viscond
e Cortado ao meio de Italo Calvino

Secundário:
O Pintor debaixo do lava-louças de Afonso Cruz
As intermitências da morte de José Saramago

Sinopses




História daivota e do gato que a ensinou a voar de Luis Sepúlveda



Esta é a história de Zorbas, um gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as três promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não comerá o ovo e não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota…


Com a graça de uma fábula e a força de uma parábola, Luis Sepúlveda oferece-nos neste seu livro já clássico uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético.

http://plip.ipleiria.pt/book/plip001-a-historia-da-gaivota-e-do-gato-que-o-ensinou-a-voar/ [consult. 03/11/2016]


O viscond
e Cortado ao meio de Italo Calvino



Na guerra entre a Áustria e a Turquia de 1716, o visconde Medardo de Terralba é atingido no peito por uma bala de um canhão turco, e o que regressa a casa é apenas uma metade sua. Este início cruel desencadeia uma fábula cadenciada como um bailado, na qual em redor do meio-visconde se movimentam e afadigam indivíduos mais reduzidos a metade do que ele: o doutor Trelawney, cuja ciência negligencia os seres humanos; o carpinteiro Pedro Prego, que constrói engenhos admiráveis, tentando não pensar que são forcas; o moralismo abstrato dos refugiados huguenotes; o hedonismo decadente do asilo de leprosos. 

Uma história fantástica que é também uma reflexão alegórica da condição do homem contemporâneo, sempre «alienado», mutilado, incapaz de alcançar a integridade, a completude. As invenções de Calvino são sempre abertas a muitos significados, apesar de poderem ser apreciadas por si só. 


http://www.fnac.pt/O-Visconde-Cortado-ao-Meio-Italo-Calvino/a910834#ficheResume[consult. 03/11/2016]


O Pintor debaixo do lava-louças de Afonso Cruz




Em O Pintor Debaixo do Lava-Loiças, Afonso Cruz faz uma construção a partir de factos verídicos. O livro é baseado na história de um pintor eslovaco que os avós de Afonso Cruz albergaram em 1940. Com medo da PIDE (ainda PVDE, na altura), o pintor dormia debaixo do lava-loiça. No entanto, a maior parte do livro é a história prévia da vida de Jozef Sors (o nome do homem real era Ivan Sors), de tudo aquilo que o levou até ao refúgio na casa de uma família da Figueira da Foz.

Nasce em Bratislava, em 1985, filho de uma engomadeira conformista e de um mordomo incapaz de entender metáforas. Os pais trabalham para o coronel Möller, pai de Wilhelm, um rapaz da mesma idade que vive obcecado pelas palavras, tal como Jozef cedo se compromete a desenhar o mundo. O seu espírito sensível impede-o de seguir a retidão e o ascetismo que defende como sendo a única forma de chegar mais alto, como uma árvore que crescesse melhor por não ter de suportar a dispersão dos ramos.

Além de todas as ilustrações que se percebem logo ao folhear o livro, nomeadamente os inúmeros olhos que invocam os cadernos onde Josef Sors desenha, este romance é polvilhado com diversas reflexões convocadas pelos personagens sobre temas como a arte, o amor, o tempo, a guerra, a cultura e as palavras, entre outros, brincando com conceitos de forma por vezes surpreendente, e sempre poética e filosófica. Os aforismos diluem-se na prosa e aparecem sem grande alarido, o que, juntamente com uma narrativa incisiva mas constante, resulta numa escrita fluida servindo uma história imaginativa e rica.
À medida que vamos conhecendo a vida de Josef Sors desde a infância e adolescência em Bratislava, onde desenha no "livro infinito" o seu amor incorpóreo por Frantiska, a sua vizinha neurótica e cruel, até à sua chegada a um Portugal fatalmente sufocado pelo pessimismo ("o nosso sucesso é uma ponte entre dois fracassos"), assistimos também a parte da história e cultura europeia. Sors estuda arte em Praga e vive alguns anos nos Estados Unidos até acabar em Portugal, ansiando sempre pela cura - ou redenção - de um problema de visão que o vem cegando desde o gás mostarda das trincheiras da primeira guerra mundial.
Afonso Cruz criou esta história a partir do pouco que sabia - alguns dados biográficos e dois quadros - sobre o pintor que em tempos viveu debaixo de um lava-loiças. O que nela é verdadeiro descobre-se num curto epílogo encantador e pungente, onde se entrelaçam as histórias das vidas dos seus antepassados mais próximos, uma vez que "por vezes é uma viagem muito mais difícil: chegar a quem está perto".




Emanuel Madalena, in, http://p3.publico.pt/cultura/livros/1789/forma-como-ilustramos-memoria [adaptado, consult. em 03/11/2016]
As intermitências da morte de José Saramago



"No dia seguinte ninguém morreu". Começa assim mais uma obra do nosso Nobel.


No primeiro dia de um novo ano num país cujo nome não é especificado, a população deixa de morrer. Passando despercebido por muitos no início, este fenómeno começa a causar estranheza e aflição por parte dos mais variados órgãos da sociedade à medida que as horas avançam. No governo, as previsões e possíveis soluções surgem imediatamente. A catástrofe, a calamidade ou uma maravilhosa notícia? A igreja emite também imediatamente o seu parecer relativamente a este fenómeno. O que é afinal a igreja sem morte, pergunta o cardeal. Sem morte a ressurreição não existe e sem ressurreição a religião não existe. Toda a influência que esta tem poderá desaparecer se os recentes acontecimentos não cessarem. 
As agências funerárias e seguradoras vêem o seu negócio que antigamente prosperava com a desgraça de uns, ser agora a sua própria desgraça. Hospitais, lares e outros locais de acolhimento temem que o espaço que possuem seja cada vez mais insuficiente para albergar todos aqueles que ficam no limbo entre a vida e a morte mas que, tal como diz Saramago, "teimam em não cair". 
Os hospitais começaram a recusar doentes moribundos e a enviar os que já lá estavam para a casa de familiares que os pudessem receber. O mundo, que tanto ansiava por algo assim, vê que nem tudo é positivo na vida eterna. A astúcia e capacidade de resolver problemas foi sempre uma característica presente nos seres humanos e este caso não é exceção. Rapidamente uma família, ao ouvir um burburinho vindo de regiões vizinhas dizendo que "lá fora se continua a morrer", leva dois familiares para o outro lado da fronteira para que estes vão lá morrer. Este ato é um nicho de mercado rapidamente descoberto por uma nova associação, a maphia. Com ph para a diferenciar da outra. Estes "oferecem" os serviços de transporte para levar as pessoas a morrer ao outro lado da fronteira. 
O caos e a revolta imperam até que, inevitavelmente, faz-se ouvir quem por momentos deixou de trabalhar: a morte. A morte com letra minúscula porque a Morte com letra maiúscula é algo totalmente distinto. Se as pessoas consideram a morte maléfica, a morte aconselha-as a não querer descobrir o que é a Morte. Esta assume várias formas durante o livro e vai comandado o desenrolar dos acontecimentos.
Este livro é uma reflexão sobre a vida e a morte. Sobre o que estas significam e sobre o que qualquer alteração que ocorra numa delas pode alterar o rumo e o modo como vivemos. É também uma crítica a muitas instituições que inevitavelmente regem a nossa vida e como os seus comportamentos divergem de uma maneira muito vincada quando confrontados com acontecimentos de grande importância.


http://literatura-em-resumo.blogspot.pt/2012/10/as-intermitencias-da-morte.html [adaptado consult. Em 2/11/2016]

PARTICIPA, APRENDE, TRANFORMA-TE!